Caos

Com chuvas, problemas estruturais são intensificados

Cavaletes da STT sinalizam avenidas movimentadas; nos bairros, diversas linhas do transporte coletivos são desviadas

Foto: Jô Folha - DP - Ainda sem condições de trabalhos para recuperar as vias, prioridade vai ser para ruas e avenidas que são vias de transporte público

Dentre os inúmeros transtornos que as chuvas intensas têm causado, os danos às vias são ocorrências que podem facilmente ser constatadas em diversos pontos do Município. De avenidas pavimentadas as ruas de chão batido, os buracos de diversos tamanhos e profundidade provocam prejuízos aos veículos e motocicletas, assim como estão impedindo a circulação de linhas do transporte coletivo. Condutores e moradores apontam que as condições foram pioradas pelas águas, mas já eram precárias anteriormente.

Avenida de movimentação intensa constantemente, os três cavaletes da Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) sinalizam os buracos profundos na Ildefonso Simões Lopes. Próximo a entrada do Jardim das Tradições, as crateras chamam a atenção devido a grande profundidade. Além disso, no trecho, há falta de iluminação pública, o que prejudica a visão dos três obstáculos posicionados na pista. Em outro ponto da cidade, na avenida Adolfo Fetter, no caminho para o Laranjal, as circunstâncias são semelhantes. No local, são vários os pontos com buracos, no entanto, em um deles em que as cavidades no asfalto representam maior periculosidade, há cavaletes. Da mesma forma, que a via das Três Vendas, no percurso a escuridão predomina.

Já no bairro Areal, a avenida João Gomes Nogueira é outra rua com situação precária. No local, em razão da falta de infraestrutura, o transporte público não está circulando desde a semana passada. Do início à metade da extensão da via, onde há pavimento, os buracos são espaçados, mas com grande profundidade. Já no restante do percurso, em que é estrada de chão, as obstruções são tantas que os veículos têm de andar em baixa velocidade e inclusive muitas vezes invadindo a contramão para desviar dos obstáculos. "Com a chuva piorou. A sinalização quem faz são os próprios moradores, colocando material e galhos", relata o morador, Diego Marques.

Além disso, conforme relatos, além do volume de água, um dos principais motivos para o cenário é a falta de manutenção da rua. "É uma falta de cuidado. Como aqui não tem quebra molas, a única maneira dos carros passarem são os buracos, acho que é essa a proposta", diz a moradora Maíra Oliveira. Circulando com muito cuidado, o caminhoneiro Lauri dos Santos diz que já está acostumado com as adversidades no tráfego da avenida. Entretanto, o quadro piorou significativamente nas últimas semanas. "Tem que andar a menos de 10 quilômetros por hora, mas tem que passar aqui, fazer o que".

Outro bairro em que, além dos condutores, os passageiros dos ônibus também são prejudicados, é a Bom Jesus. Assim como no Areal, lá o transporte não circula em determinadas vias. Em uma delas, na rua Sete, parte da tentativa de recuperação dos buracos é realizada pelos próprios moradores, serviço que é desfeito pelas chuvas. "Os residentes é que acabam tomando conta da rua para poder transitar, cada vez alaga mais e gera muitos transtornos. Quando chove tem que desviar o trânsito", conta Hélio Corrêa.

Gerente de um posto de combustíveis em frente a um dos piores trajetos da rua, ele relata que os veículos em manutenção são ocorrências constantes e que as reclamações dos clientes são diárias. "É pneu furado e roda e suspensão quebradas", diz.

Pontos de desvios do transporte coletivo:
- Sítio Floresta: atendendo com desvios fazendo um quadrado nas ruas de entorno do bairro
- Bom Jesus esquerda: desviando na Av ulysses Silveira indo pela rua 7 até o terminal do bairro, sentido centro/bairro.
- Areal: não está atendendo a região da Rua Agostinho Fernandes, Izeu Barbosa, Pereira de Vasconcelos, Estrada da Costa e Av. João Gomes Nogueira;
- Gotuzzo: com desvios pela Br e Paulo Zanotta, não atendendo a Felisberto Machado;
- Fragata: Lauro Ribeiro Distrito está desviando pela Giuseppe Mattea (rua da Lifemed), não atendendo a Av. Herbert Hadler;
Laranjal: desviando na rótula da São Francisco de Paula indo pela Domingos de Almeida (obra de requalificação da via).

Recuperação
Conforme o secretário de Obras e Pavimentação, Giovan Pereira, os técnicos da pasta têm avaliado diariamente os danos causados pelas chuvas. "O asfalto é um material que não pode ser trabalhado com umidade, então ainda fazendo levantamento dos pontos danificados para, quando as condições climáticas permitirem, dar início as ações de recuperação". Pereira diz ainda que o cronograma de trabalho irá começar pelas principais avenidas e vias do transporte coletivo.

Já o secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Fábio Suanes diz que a secretaria aguarda um período de estiagem mais longo para poder dar início às manutenções das vias não pavimentadas. "Não é possível executar patrolamento em vias úmidas, visto que o remanejo do material molhado deixa a via em piores condições. É importante salientar que as programações de trabalho sempre começam pelas linhas de ônibus", afirma.

Outros transtornos
As intempéries atingiram também árvores pela cidade, ao total foram 17 supressões. De acordo com o secretário de Qualidade Ambiental, Eduardo Schaefer, a maior intervenção aconteceu nas margens do Canal do Pepino, após solicitação do Sanep, quando algumas árvores causaram a derrubada do muro de contenção.

Já com relação a ações preventivas, o secretário explica que a SQA mapeou os pontos sensíveis, onde estão as árvores de maior porte e inadequadas ao meio urbano, mas ressalta não haver como fazer um trabalho preventivo específico aos eventos climáticos como os registrados recentemente. "Temos que continuar o trabalho de monitoramento e de manejo das espécies inadequadas, com risco de queda, cujo estado fitossanitário se apresente precarizado e isso estamos fazendo. As chuvas nos últimos dois meses causaram uma redução do trabalho das equipes, por causa dos riscos envolvidos neste trabalho em dias de chuva, mas não há como fazer uma prevenção específica com relação ao solo encharcado e a questão arbórea".


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